#navbar-iframe { height:0px; visibility:hidden; display:none; }
Mostrando postagens com marcador personalidade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador personalidade. Mostrar todas as postagens

domingo, 10 de abril de 2011

VIVEMOS NUMA HOLONARQUIA

Sistema Solar
Átomo

Há poucos dias, numa conversa de amigos com amigos, um amigo “arremessou” esta frase, que atribuiu a Nikolai Berdiáyev, para defender a sua opinião acerca do que teorizavamos na área das linguagens simbólicas, energéticas e da metafísica:

"A pessoa é integral, não pode ser parte de um todo cósmico ou social…"

Conheço alguma coisa de Berdiáyev, pelo menos o suficiente para perceber que esta frase talvez esteja desfazada de um contexto, sem o qual será, porventura, desvirtuado o seu sentido.
No entanto, despoletou em mim a memória de uma aula do 5º ano de astrologia psicológica no Quíron, com o prof. Nuno Michaels, em que o conceito de “hólon” ou holonarquia foi abordado.

Um holón é algo que é simultaneamente em si próprio inteiro e parte de um todo... como um átomo que é em si próprio inteiro mas parte de uma molécula. A molécula é em si completa e parte de uma célula. Ou uma célula que é inteira, mas parte de um tecido. Um tecido também é um holon, em si completo e parte de um órgão. Um órgão é, em si completo e parte de um organismo… até ao infinito.

Neste sentido, também o homem é parte de uma família, que é parte de uma tribo ou sociedade que é parte de um país ou nação, inserido num planeta que é parte de um Sistema Solar numa Galáxia, etc.

O que me permite contrapor à frase do meu amigo: a pessoa é integral “e” parte de um todo. Se é primeiro Cósmico e depois social ou vice-versa, depende da perspectiva individual e do contexto em que seja considerado.

O Universo compreende sistemas dentro de sistemas, dentro de sistemas.. do Macro ao Micro ou do Micro ao Macro, todos os sistemas se correlacionam não se passando nada num sem que o outro seja, de algum modo, afectado!!

Cada sistema é "aberto", em expansão/evolução… tal como as consciências..

Esta é a Ordem Universal que me faz sentido. E para isso estudo metafísica, porque me ensina a dar sentido à existência, sem o qual me sintiria à deriva, alienada dos Valores... dos Valores Absolutos, autênticos porque eternos e imutáveis… os verdadeiros paradigmas que têm origem nos arquétipos e têm nos mitos a sua correspondência antropomórfica!

São as Leis que regem o Universo e às quais não temos como fugir mas antes conhecer e integrar na vida de todos os dias. A cada momento.

A reconciliação com estas Leis traz-nos a verdadeira felicidade para que a Vida Plena possa ser uma realidade… e, a Vida Plena, é a vida do espírito em nós… a parte divina que nos coube a todos e a cada um e não só no homem, como em todos os reinos e sub-reinos físicos, infra físicos e supra físicos. Em todas as realidades…

As Leis não são dogmas. Os dogmas foram criados pelos “senhores" das religiões para manterem os homens na ignorância que é o condimento básico para os terem sob controlo, enquanto forem incapazes de pensar pelas suas cabeças e agir pelas suas próprias pernas. De se individualizarem. Os dogmas mudam com as conveniências...

O homem fez a sua escolha; elegeu a personalidade separada em detrimento da alma e/ou do espírito… quando também é alma e é espírito… ponto de união entre todas as coisas… daí resultam as misérias que se vêm provenientes dos falsos valores, quando não da sua completa ausência! Esqueceu-se da sua inevitável inserção em algo maior do que si próprio. É o culto do "me", do "mim" e do "meu"!

Não me interpretem mal, eu não detenho a verdade da vida! Não possuo certezas absolutas! não sou fanática de coisa nenhuma... senão, talvez, do Amor!

O Amor é o meu paradigma pessoal: Amor/energia; Amor/magnetismo; Amor/fé; Amor/Vénus/Afrodite; Amor/partilha; Amor/Cristo, Amor/força que une partículas, que cria vida… que "move montanhas" -- Amor/Consciência, Amor/respeito por todos os seres viventes, deste e doutros mundos, físicos e etéreos... amor... em última análise, como ÚNICA REALIDADE!!!

Esta é a minha Verdade Hoje e está em perpétua mutação que é o próprio mistério da vida!

Ou seja, amanhã não sei em que acreditarei. Nem é importante para mim enquanto professar o "momento presente". O ETERNO momento presente… porque ainda que me reveja nas memórias do passado, faço-o no instante presente. E, quando sonho a projectar o futuro, é no momento presente que eu o faço!

Cada instante é O instante, onde tenho a liberdade de ser e de escolher tendo em conta tudo o que me rodeia...

Filomena Nunes
*

http://en.wikipedia.org/wiki/Holon_(philosophy)

sábado, 5 de março de 2011

Porque sou religiosa sem religião!



Quando sou abordada por representantes desta ou daquela religião, com a costumeira e um tanto estafada frase: "Deixe-me anunciar-lhe o meu Deus", eu reservo-me o direito de me antecipar ao progresso da conversa e responder: “Obrigada, não perca o seu tempo comigo. O seu Deus não pode ser diferente do meu. Deus é único!”


Compreendo a religião, conforme  a sua raiz etimológica, como religação. Religação ao divino, ao sagrado, crescimento progressivo numa determinada direcção; evolução. E neste sentido religião é sinónimo de Universo cuja raiz é  Versus Uno, regresso ao Uno.   
Crescimento para o divino, para a Unidade. Não importa as voltas que se lhe dê, é inevitável que evoluamos, que nos religuemos… assim fomos programados.
E, se precisamos de religar-nos entende-se que houve uma separação. A separação que adveio da divisão que criou a dualidade; o Um dividiu-se em Dois como uma 
célula no processo de citocinese. “O que está em cima é como o que está em baixo”...  Yin/Yang, positivo/negativo, noite/dia, quente/frio, interior/exterior... é infinito e na medida de toda a vida energético-material. Verso e reverso da mesma moeda.
Mas este processo entendo-o como aparente. No fundo tudo está ligado. No fundo de nós mantivemo-nos ligados. A questão põe-se “à superfície”. Ou seja, ao nível do ego e da personalidade com que experienciamos esta vida. O fundo é a alma e o espírito. E estes mantiveram-se ligados.  Como por um fio condutor. O fio do Amor. Aquele aspecto da divindade que herdamos e nos permite, paulatinamente, regressar à casa do Pai. Quanto mais amor, mais próximos do divino. O amor abarca absolutamente tudo o que existe. Logo, não pode separar. É incondicional. É o bom e o mau. É tudo. É o nada. Em última análise, depende da nossa perspectiva ao mesmo tempo que independe da nossa perspectiva...


Mas religação além de “tornar a ligar” também significa “ligar melhor”.

É neste sentido que eu compreendo o papel da religião. Mas as religiões instituídas não cumprem com o objectivo último que é o de ajudar as pessoas a desenvolverem o regresso à sua natureza divina, mais ou menos adormecida, a fim de evoluírem, de se ligarem melhor, que é como quem diz, de se cumprirem como divindades… "Somos feitos à imagem e semelhança de Deus" reza a Bíblia o que pode ser interpretado, entre outras coisas, como tendo a humanidade a mesma capacidade (relativa ao nosso próprio nível de crescimento), de criar.
Criar não se esgota nos actos, nos filhos ou nas artes. Também criamos apenas quando pensamos e quando sentimos. A partir do que acreditamos ser a realidade, criamos a nossa realidade diariamente. Através das crenças, dos preconceitos. 
Somos cocriadores do Universo com os deuses… mesmo que ainda a um nível inconsciente. E é urgente, nos dias de hoje, que comecemos a ter consciência do 
que criamos, sob pena de nos deitarmos na cama que fazemos...
Enquanto as religiões (instituídas, entenda-se) proclamarem que "o meu Deus é melhor que o teu", estão a fazer a apologia da separação, da divisão entre as pessoas. É um puxa-para-trás. É desamor. É contrário à mensagem de Jesus O Cristo de que “só o amor salva”.

E, se isso "serviu" até aos dias de hoje, não servirá mais a partir de agora, pois o caminho é para a união, a desmaterialização ou desdensificação se tal palavra existe!  

E como fazê-lo? Como saber direccionar a nossa vida para um caminho mais pleno 
de amor? Mais gratificante?
Não é um livro. Não é uma pessoa. Seguramente que não é uma religião, como está provado. Geralmente são muitos livros, são muitas pessoas... geralmente, são todas as pessoas que se cruzam no nosso caminho. Quer fiquem connosco e nos acompanhem, quer o façam temporariamente, ou mesmo que desapareçam num 
ápice tal como chegaram. Quer nos amem ou nos odeiem.
Por vezes é uma simples frase, uma palavra, um gesto, um olhar. Outras, uma dor. São todos os acontecimentos.
Mantenhamos o foco, a atenção em cada momento. Presentes. Inteiros. Esse momento espelha a nossa evolução, o nosso caminho de regresso.


Filomena Nunes

*